O coeficiente de atrito (µ) é uma propriedade adimensional que expressa o comportamento de duas superfícies em contato ao deslizar uma em relação à outra, e seu valor é característico de cada par de materiais, ou seja, não é uma propriedade intrínseca do material.
A Tribologia é uma ciência que tem como um dos seus objetivos o estudo do atrito. Antes mesmo de sua formalização como área de pesquisa, Leonardo da Vinci já havia constatado que a força de atrito é dependente da força normal às superfícies em contato e da natureza dessas superfícies.
Hoje sabemos que diversos fatores influenciam o valor da força de atrito, entre eles o material do qual são feitas as superfícies, seu acabamento (grau de polimento), suas condições (se seca, molhada ou lubrificada), além de suas temperaturas e velocidades relativas.
Por mais polidas que as superfícies dos materiais possam parecer macroscopicamente, elas apresentam rugosidades microscópicas. Como consequência, quando duas superfícies apresentam qualquer tendência de movimentação uma em relação à outra é observada a ação força de atrito no sentido contrário do movimento.
O coeficiente de atrito é determinado através da razão entre a força de atrito e a força de reação normal e é classificado em dois valores: o coeficiente de atrito estático (µe), que é medido quando ambas as superfícies estão em repouso, e o coeficiente de atrito dinâmico (µd) que, por sua vez, é medido quando as superfícies estão em movimento.
Um gráfico típico da força de atrito em função da força aplicada pode ser observado na figura abaixo:
Variação da força de atrito (Fat) versus força aplicada. Após o limite do atrito estático, o corpo entra em movimento e o atrito dinâmico passa a atuar.
Inicialmente, não existe movimento relativo entre as superfícies e a força de atrito é igual à força aplicada, resultando na reta com inclinação positiva até o pico, que é referente à força de atrito estático.
Após esse pico, as superfícies iniciam o movimento e a força aplicada para que a velocidade seja mantida constante é a força de atrito dinâmico. Ou seja, quanto menor é o coeficiente de atrito, mais fácil é para que duas superfícies se movimentem.
A determinação dos coeficientes de atrito onde superfícies trabalham em contato é de fundamental importância, uma vez que o atrito causa desgaste e desprendimento de material, o que pode reduzir sua vida útil e em maior custo de manutenção e de substituição de peças.
Os materiais poliméricos apresentam baixos coeficientes de atrito, o que os torna excelentes materiais anti-desgaste e ideais para aplicações onde o atrito deve ser considerado.
Alguns exemplos de polímeros aplicados na produção de peças para aplicações de deslizamento, que estão sujeitas a atrito e calor intenso são: PTFE, PI, PEEK, PPS e Nylon.
A tabela abaixo mostra os coeficientes de atrito da combinação de alguns materiais e é possível verificar os menores valores para alguns dos citados acima.
Coeficiente de atrito para a combinação de alguns materiais.
Combinação de materiais |
Condição das superfícies |
µe |
µd |
|
PTFE |
PTFE |
Limpo e seco |
0,04 |
0,04 |
PTFE |
Aço |
Limpo e seco |
0,05 – 0,2 |
|
Nylon |
Nylon |
Limpo e seco |
0,15 – 0,25 |
|
Nylon |
Aço |
Limpo e seco |
0,4 |
|
Alumínio |
Alumínio |
Limpo e seco |
1,05 – 1,35 |
1,4 |
Alumínio |
Aço |
Limpo e seco |
0,61 |
0,47 |
Disponível em: <https://www.engineeringtoolbox.com/friction-coefficients-d_778.html> Acessado em 17/11/2021.
O CCDM conta com infraestrutura para a determinação de coeficientes de atrito estático e dinâmico de filmes e chapas poliméricas, deslizando sobre material similar ou sobre outros materiais, em condições de ensaio especificadas. As seguintes normas são avaliadas: ASTM D1894 e ISO 8295.
Entre em contato conosco para saber mais sobre determinação de coeficientes de atrito e também sobre os ensaios que são realizados em nossos laboratórios.
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